Plantio coberto das uvas: saiba mais sobre o plantio coberto!

O plantio coberto das uvas, por meio de uma cobertura plástica impermeável, tem como principal objetivo o controle dos danos causados ​​pelas agressões climáticas na produção e maturação da uva. 

É importante realçar que o fato de utilizar o plantio coberto, provoca grandes alterações nas condições microclimáticas, portanto, precisam de modificações no manejo.

Consequentemente, o cultivo coberto de uvas deve ser considerado como um novo sistema de produção. 

Confira neste artigo sobre o plantio correto das uvas usando um plantio coberto e quais são os cuidados necessários.

 

Quais são os cuidados do plantio coberto?

A modificação do manejo das uvas é um pré-requisito importante que o viticultor deve considerar antes de cobrir as videiras.

Pois se ele não o fizer, vários problemas podem ocorrer por causa da cobertura plástica.

Alguns detalhes estão agrupados a seguir e servem como orientação básica para que os produtores possam se orientar melhor.

 

Estrutura para cobertura

Deve-se ter muita atenção com o material e com a forma da estrutura que receberá o plástico de cobertura. 

Isto porque não pode haver contato direto com a madeira, arames e pregos envolvidos na estrutura.

Deve-se também evitar o contato da cobertura com material que possa oxidar, pois isso degrada o plástico. 

Neste sentido, recomenda-se que sejam utilizados arcos, pela melhor distribuição do peso do plástico, de preferência de aço galvanizado.

Os plásticos recomendados para cobertura de parreiral são do tipo ráfia, que é uma malha de polietileno, em média de 160 gramas/m2 e com dupla laminação de impermeabilização, para evitar pontos de acúmulo de impurezas.

 

Instalação da cobertura

Na instalação das coberturas, deve-se ter o cuidado de proporcionar o máximo possível de esticamento, para evitar que o plástico fique em atrito com a estrutura de sustentação (arcos). 

É importante considerar que a estrutura de cobertura tem alto custo e deve ser bem feita para proporcionar a máxima durabilidade.

 

Detalhes de altura e espaçamento

Deve-se ter o cuidado de posicionar a cobertura sobre a vegetação sem haver o risco de favorecer a entrada de água pela chuva. 

Além disso, deve evitar alturas muito baixas que favoreçam o efeito estufa, pela restrição da ventilação, e o contato da vegetação na face inferior da cobertura (molhada pelo orvalho), que favorece doenças. 

Como regra geral, a distância mínima entre as folhas e as extremidades inferiores do arco de cobertura deve ser de 20 cm. 

 

Evitar excesso de água sob a cobertura

Em anos ou locais que ocorre elevada precipitação pluviométrica, pode-se também adotar o uso das calhas para evitar a entrada de água no parreiral, principalmente no período de maturação quando o excesso de água, aliado a menor transpiração das plantas sob as coberturas, pode favorecer as rachaduras e o apodrecimento de bagas. 

O uso de valas nas entrelinhas, impermeabilizadas com plástico preto, também é eficiente para escoar o excesso de água das chuvas para fora do parreiral. 

O produtor deve estar atento também para a frequência e volume de água de irrigação, pois, sob cobertura, as plantas têm menor necessidade de água.

 

Controle fitossanitário e cuidados na utilização de fungicidas

O efeito “guarda-chuva” promovido pelas coberturas restringe drasticamente as condições para o estabelecimento das principais doenças fúngicas (míldio, antracnose, glomerela, botritis e podridão ácida). 

Essa restrição pode chegar a 100%, como no caso do míldio. 

Em função disso, os tratamentos fitossanitários preventivos devem ser concentrados em pontos do parreiral mais predispostos a ocorrência de molhamento, evitando-se com isso o uso indiscriminado de tratamentos na área, os quais podem favorecer o acúmulo de resíduos na fruta, pois sob a cobertura os produtos apresentam maior período de carência em relação às especificações de rótulo. 

 

Manejo da vegetação e colheita sob as coberturas

Como o plástico pode ser uma fonte de água livre (formação de orvalho na face inferior), é importante que o produtor efetue com frequência o manejo de poda verde, desbaste, desponte e amarração da brotação. 

Esse manejo deve ser realizado com o propósito principal de evitar o contato das folhas com a face interna das coberturas ou a saída de ramos para fora da área coberta, o que aumenta a necessidade de tratamentos químicos. 

Sob as coberturas é importante a organização das brotações para evitar sobreposições e auto-sombreamentos, considerando a restrição de radiação que ocorre.

Agora que você sabe mais sobre o plantio coberto das uvas, não deixe de verificar nas propriedades se está tudo dentro dos padrões de qualidade.

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Vinícola Ferreira