Seis vinícolas para ir nas férias de inverno

Tânia Nogueira

São Paulo – Vinho, montanha e lareira, desde sempre, foram sinônimo de férias de inverno para o paulistano com algum dinheiro no bolso. Nas montanhas próximas à metrópole, famílias da capital e de cidades médias do interior encontram um clima ideal para relaxar e sentir que, de fato, é inverno. Os dias são ensolarados e permitem andar a cavalo, fazer trilhas e, às vezes, até pegar uma piscina ou cachoeira, mas as noites são muito frias, ótimas para beber vinho tinto, comer fondue, sentar em frente ao fogo.

Agora, além disso, a região de Campos de Jordão, São Bento do Sapucaí e Santo Antônio do Pinhal, assim como outros pontos da Serra da Mantiqueira e seus arredores, está ainda mais atraente para quem gosta de vinho: na última década, vinhedos de vários tipos espalharam-se por suas colinas. O chamado Triângulo das Serras tornou-se um destino de enoturismo (um dos vários que surgiram recentemente). Com isso, férias de julho nas montanhas hoje incluem passeios a vinícolas.

Considerado impossível até bem pouco tempo atrás, hoje é comum o cultivo de uvas da espécie (usadas para vinhos finos) na região sudeste. É possível em grande parte devido ao desenvolvimento de uma nova tecnologia de poda pelo agrônomo Murillo de Albuquerque Regina, da Epamig (Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais). Essa tecnologia, conhecida como dupla poda, permite inverter o período da colheita. Ou seja, em vez de colher no verão quando chove demais e a umidade traz doenças para as uvas, agora é possível colher no inverno quando o tempo é seco.

vinhedos à frente com montanha rochosa atrás

Os vinhedos da vinícola Raízes do Baú têm vista de frente para a Pedra do Baú. Em algumas épocas, eles são cobertos com plástico – arquivo pessoal/Tânia Nogueira

A dupla poda, porém, só dá certo em regiões não muito frias, pois os bagos precisam de calor para amadurecer. Acima de uma certa altitude, nem sempre é possível produzir uvas com dupla poda. Por isso, no Triângulo das Serras é comum também, dependendo da altitude do vinhedo, encontrarmos cultivo de videiras com uma cobertura de plástico que as protege das chuvas.

Independente da tecnologia de campo usada, a qualidade dos vinhos na região costuma ser ótima, mas, prepara-se, não são baratos. A maior parte dessas vinícolas tem produção pequena e vende quase tudo o que produz (pelo preço que for), sem muito esforço, na propriedade.

Se você pretende subir a serra neste inverno, pode aproveitar e conhecer alguma das vinícolas a seguir:

vinhedos cobertos de plástico com uma araucária ao fundo

Os vinhedos da vinícola Ferreira são todos cobertos para proteger as uvas da chuva – divulgação

Vinícola Ferreira, Piranguçu

É um projeto grande, com 100 hectares de vinhedos, todos cobertos. Degustação harmonizada com refeição e 6 vinhos (R$545), almoço a la carte (ticket médio de R$220) e piquenique ( R$120, por pessoa). Se estiver disposto a gastar, experimente o Piquant Soleil 2022 (R$ 499) que acaba de ganhar medalha de ouro no concurso da revista inglesa Decanter. Mas há rótulos a partir de R$ 140. Reservas pelo site (https://vinicolaferreira.com.br/).

Fonte: Folha de São Paulo

Matéria Editada com foco na Vinícola Ferreira,para ver a matéria completa click no link acima.

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